6 de ago. de 2013

Caleidoscópio

A aproximação foi via amigos em comum na faculdade, mas não consigo recordar se houve um momento específico depois do qual estreitamos ou se foi uma evolução natural da espécie.

Um ano após a formatura, em 2007, falei sobre você. Era um testemunho no Orkut - bons tempos - no qual grifava aspectos divertidos. A síntese era uma menina que habitava um mundo "Rock & Roll hype vintage hypercool", seja lá o que isso signifique, e me ensinava que "amizade não é sufoco e silêncios podem ser cúmplices, não constrangedores". Já era linda aos meus olhos e ao meu coração. Amiga lá de longe, da beira da capital, e nas caronas de ida e vinda sempre aproveitei para dividir pedaços de mim. Talvez você seja a primeira-dama do Cibié.

Agora você mora perto, posso ir andando. E como fujo para sua casa! Com paredes de chita colorida e quadros de viagem, cinema e rock. E, sim, com um terracinho todo seu. Gosto de saber que sou parte disso. Gosto de poder achar que estou cochilando escondido enquanto vemos filmes, e que você vela essa soneca porque sabe que, nesse momento, é o que preciso além do seu abraço. Em troca, aceito dividir a pipoca no cinema.

Quando não trabalhávamos juntos, ia de São Bernardo até a Casa das Rosas para passar tardes com você e Lemp, comendo cocada e falando besteiras.

Viajamos. Desde o planejamento de longas viagens, tentando encaixar 153 lugares e afazeres em 30 dias de férias, até fugas rápidas para a praia ou indo aos shows de bandas de nossa adolescência.

Você me leva ao estádio para os jogos do Corinthians, ao samba, dança minhas músicas, cantamos juntos caminhando pelo bairro. “Quando piso em folhas secas”. "We came to far to give up who we are". "Ela tá dançando e o pimpolho tá de olho". Elogia a bricolagem, embora nem sempre confie de primeira nos meus feitos. Diz que sou forte quando carrego coisas pesadas, me faz dançar forró e diz que dancei direitinho. Não pelo peso ou pela força, pelos passos corretos ou pelo ritmo, mas pela graça.

Sabe meus maduros e meus podres. E dá broncas! Você me desarma. Faz com que eu entenda a vida, meus pais, meus amigos, meu irmão. Meus irmãos, talvez. E quão importante é entender algo antes de alguns sentimentos.

Não sei mais imaginar um dia sem pensar que você será parte dele. Se não imediatamente ao lado, nas mensagens, nas ligações, nas ideias. Tenho a sensação de sermos infinitos. Todavia, caso o mundo físico se altere, você vai continuar para sempre a fazer parte da minha existência, disso estou certo. Em meus pensamentos, em minha pele, em minhas palavras e em meu coração.

Você é um terremoto que bota tudo no lugar e me dá fôlego. Você me salva dia após dia durante tempestades e engrandece meu sorriso quando não estou envolto em besteiras.

Obrigado. Te amo.


     Desde 2003, a gente só fez foi ficar cada vez mais lindo. =)

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Um comentário:

Fe Fontes disse...

Vou ser clichê: é a coisa mais linda que já li. Tem gente que passa a vida procurando um amor e eu sou muito feliz por tê-lo encontrado da forma mais completa e simples, do jeito que tem que ser: leve, até quando tudo está desmoronando; feliz, cheio de sorrisos e gargalhadas, até quando o mundo parece estar caindo. Vamo que vamo. Você e eu, eu e você (e as pessoas lindas que vão preencher as vagas em aberto). Te amo demaisssss. beijoooo