2 de abr. de 2009

"To everything (turn, turn, turn), there is a season..."

Desligo o telefone depois de falar com uma grande amiga. Uma hora e tanto trocando vozes, parece adolescência. Mas hoje já me preocupo com o valor da conta, a hora de acordar e o trabalho.

Dividimos as mesmas angústias. Rompimentos. Coisas que não entendemos. Estendemos o ombro com o som de nossos sorrisos, ora angustiados, ora graciosos, ora constrangidos. Sinceros, nessa época de quaisquer coisas. Sinceridade que perturba, como espelho, e conforta ao ser dividida.

Perguntamos como nunca ninguém nos contou que depois de alcançar um desafio, de realizar um sonho, entrar pela porta da arvorezinha, ia bater aquela sensação de "e agora, para onde"?

É crescer, perder cabelos, lutar contra a barriga enquanto enrugamos a testa, mudar a ótica, querer correr para casa da mãe e ter de resolver os problemas de nossas próprias casas. Alugadas.

Até a crise econômica, assunto de nossos pais naqueles tempos de plano verão e dinheiro congelado, agora aparece. "Vamos sair, sim, só espera o salário cair..."

Tanta conversa de mudanças.
É tanto medo, tanto erro, tantos rumos para pernas esquálidas que titubeiam.
É tudo líquido.

Como terminamos? "A vida se resolve com os lemas do Arcadismo. Coisas que o coração quer dizer e só o latim consegue". Sorrisão de besteira e boa noite, segue o abraço com beijo morno e fraternal por esse cordão helicoidal.
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"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas que já têm a forma de nossos corpos e esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares.

É o tempo da travessia. E se não ousarmos fazê-la teremos ficado para sempre à margem de nós mesmos
."

FP