28 de fev. de 2013

Moonrise Kingdom

- Why do you always use binoculars?
- It helps me see things closer. Even if they're not very far away. I pretend it's my magic power.
- That sounds like poetry. Poems don't always have to rhyme, you know. They're just supposed to be creative.

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- I'm sorry, Walt.
- It's not your fault. Which injuries are you apologizing for, specifically?
- Specifically? Whichever ones still hurt.
- Half of those were self-inflicted.

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- I love you, but you don't know what you're talking about.
- I love you too.


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Das vontades de uma fuga em um universo pequeno e infinito, em tons saturados. Uma dança sem pé nem cabeça, de roupas de baixo, na areia da praia. Dormir ao som daquela voz lendo aos seus ouvidos. A vida em um mala, uma mala para encontrar a vida.

Hoje tive dois momentos para notar como nossa existência vai se refazendo. A seu tempo, não ao tempo de nossa pressa. Em uma intrincada arqueologia, escavando os campos do coração e cabeça, sem que parem sístole, diástole e sinapses, selecionando o que se restaura, o que se reconstrói, o que se descarta e buscando algumas tímidas peças para o Museu de Grandes Novidades. 

27 de fev. de 2013

Aquário - Dreams of visions

"A quadratura entre a Lua e Plutão pode fazer você avaliar de uma forma muito dura as possíveis falhas no seu conhecimento e na sua cultura. Em vez de tentar disfarçar a insegurança, faça perguntas. E dê aos outros, e a você mesmo, a permissão para não saber tudo. Você pode sentir uma atração muito grande por qualquer coisa que seja capaz de mudar radicalmente a rotina do dia a dia. Planeje as mudanças com cuidado."

13 de fev. de 2013

O que leva um dia até outro dia

Eu nasci apressado em uma quarta-feira de cinzas. Eu sou um pouco quarta-feira de cinzas - a Marcha da Quarta-feira de Cinzas -, característica que tatuei na panturrilha esquerda. Solidões e eterna sensação de fim. Não sei se isso está mudando com a idade ou se estou passando a entender melhor.

Na véspera desta quarta, cheguei em casa um pouco mais tarde do que planejei. Carnaval por todas as ruas, por todas as pessoas, diversão obrigatoriamente imensa. As coisas estavam em silêncio e, estranhamente, não liguei a TV ao entrar, gesto praticamente automático. Subi lentamente as escadas, tomei banho, organizei algumas coisas e roupas. Durante esse ritual, sussurrei a música "The Parting Glass". Não sei o que ela fazia em minha cabeça após tantas marchinhas, sambas e axés. O tom talvez fosse um pouco mais melancólico que o desejável para a data. 

A primeira vez que ouvi essa canção foi em um seriado, durante uma cena em que uma família se despede da sede de seus negócios, que chegam ao fim. Apagam as luzes, uma a uma, desejam boa noite à empresa. Não se despedem uns dos outros, mas do lugar. Do tempo. Muitos simbolismos para ilustrar um daqueles raros momentos em que temos a consciência de que as coisas não mais serão as mesmas. Podem ser melhores, mas certamente mudarão.

Aproveito a sensação para pegar meu caderno de rascunhos e a caixa de lembranças. Estranho vasculhar dentro da gente. Quem fomos, o que somos, o que planejamos, o que aconteceu. Algumas frases ainda fazem sentido, soam, quem sabe, como uma mensagem enviada ao futuro. Passo a vasculhar memórias digitais. Há um post de setembro de 2004 com uma foto do prédio da firma e a legenda: “Quem sabe um dia”. Este, agora. Estão ali grandes amores, grandes momentos. Encenação, também. Escolhas. Muita coisa mudou, dentro e ao redor, mas ainda sou um menino (menino?) das mesmas músicas, dos mesmos poemas, das mesmas besteiras.

Ouço "The Parting Glass", três versões diferentes. Encontro a cena do seriado. O sono, tão raro, veio. E a calma. Apaguei as luzes, desejei boa noite. Este talvez seja um desses momentos.

Eu comecei em uma quarta-feira de cinzas.

E no entanto é preciso cantar
Mais que nunca é preciso cantar (...)
Porque são tantas coisas azuis
Há tão grandes promessas de luz
Tanto amor para amar de que a gente nem sabe

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12 de fev. de 2013

Like Crazy

"I just have to say this one thing, and it's really important that you listen to me. It just doesn't feel like this thing is ever gonna go away. It's always there. I can't get on with my life. The things that we have with each other, I don't have with any other person, with any other human being."


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Dos filmes do carnaval.

7 de fev. de 2013

Mr. Gorbachev, tear down this wall

- What do I do when my love is away?
- Does it worry you to be alone?
- How do I feel by the end of the day?
- Are you sad because you're on your own?
- No, I get by, high, gonna try with a little help from my friends.
- Do you need anybody?
- I need somebody to love.
- Could it be anybody?
- I want somebody to love.
- Would you believe in a love at first sight?
- Yes, I'm certain that it happens all the time.
- What do you see when you turn out the light?
- I can't tell you, but I know it's mine.

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Dez últimos dias de uma bela década e um imenso frio na barriga.