31 de jan. de 2013

A small voice said "resist"

- Upon my heart: just one slow dance, I'll rescue you
- American Pie: can you teach me how to dance real slow?

I knew if I had my chance that I could make those people dance and maybe they'd be happy for a while…

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30 de jan. de 2013

Não vá ainda

- Não vai. Espera amanhecer. Não é isso que diz aquela música?
- É espera anoitecer. A noite é linda, me espera adormecer. Risos.
- Já está noite. Linda. Tanto melhor.
- Mas preciso...
- Ainda tem tanta novidade pra gente caçar.
- Talvez eu esteja cansado...
- Talvez você esteja fugindo.
- Talvez eu esteja inventando.
- Talvez você esteja machucado.
- Só o tempo, não?
- O remédio está aí dentro. Aí, ó. Não desconta no tempo.
- Descontar?!
- Vem logo. O novo acelera, se seu problema é o tempo.
- Tenho medo do novo, tenho medo do passar do tempo.
- Fecha os olhos, então. Te levo pela mão e vou contando, até que você não resista a espiar com esses olhos esbugalhados.

29 de jan. de 2013

Sobre o que é o amor, sobre o que eu nem sei quem sou

Da Folha de S. Paulo / NYT

(...) Criados na era do "ficar", os jovens da geração do milênio (também conhecidos como geração Y), que agora estão começando a pensar em se assentar, vêm subvertendo as regras da sedução.

(...) Eles entram em contato por mensagens de texto, posts no Facebook, MSN ou semelhantes e outras formas de "não encontros". Tudo isso vem deixando uma geração que não sabe como conseguir um namorado ou uma namorada.

"O novo encontro não é um encontro, é passar tempo juntos", comentou Denise Hewett, 24, produtora de TV em Nova York que está criando um seriado sobre essa nova paisagem romântica. Como um amigo lhe disse: "Não gosto de levar uma garota para sair. Gosto que ela me encontre em alguma coisa que estou fazendo - ir a um evento, um show, por exemplo".

(...) O problema, disse ela, é que "os jovens de hoje não sabem o que fazer além de 'ficar'.

(...) Para fazer a corte a alguém do modo tradicional - ou seja, pegar o telefone e convidar a pessoa para sair - era preciso coragem, planejamento e um investimento considerável de ego (uma rejeição ouvida pelo telefone dói).

Não é o caso com as mensagens de texto, os e-mails, o Twitter. (...) No contexto do relacionamento, esses tipos de comunicação dispensam o charme, em grande medida.

Diante de um fluxo interminável de solteiros entre os quais escolher nos sites de encontros on-line, muitas pessoas têm medo de estar perdendo alguma coisa interessante, então optam pela abordagem "speed-dating" - ou seja, passam rapidamente por grande número de pretendentes. (...)

"É como jogar dardos contra um alvo", disse Joshua Sky, 26, coordenador de "branding" em Manhattan. "Alguma hora uma das setas vai grudar no alvo."

Há outra razão que explica por que os encontros à moda tradicional tornaram-se obsoletos. Se o objetivo do primeiro encontro era saber um pouco sobre as origens do pretendente, seu grau de instrução, suas tendências políticas e seus gostos, hoje o Google e o Facebook cuidam de tudo isso. (...)


Matéria completa: Jovens subvertem regras da sedução com 'não encontros'

28 de jan. de 2013

Janeiro

Até o meio da adolescência olhava para o Rio com a cara amarrada. Eram memórias dos tempos da separação de meus pais, a idéia de violência, a resistência com o sal e a areia. Até que, nas catracas do metrô de São Paulo, dei um passo na direção contrária e voltei a calçar meus chinelos e fazer uma pequena mala.

Gabriel me fez entender a vida no Rio, os cariocas e seu abraço. Nossos dias na Tijuca ainda tinham muito dessas linhas que escrevi acima, mas foi o começo do desmanchar. Foi o tempo da cidade, não da praia. Scrumble, Gummy, comida da Tia Wanda, família, flauta transversa e passeios alternativíssimos para o Lucasof de então. A Floresta da Tijuca de All Star, foto lá no topo e bolhas nos pés. Os amigos, a faculdade, a estação Saens Peña e a praça Varnhagen, que o sotaque transformava em algo engraçado. As despedidas. "A onda ainda quebra na praia, espumas se misturam com o vento", canta Lenine quando rememoro.

Thais, a superlativa Thata, que define o Rio como "o mar, quatro quadras e uma enorme pedra", quando fomos juntos à um casamento, me fez voltar a pisar a areia, comer empada dos vendedores ambulantes, ouvir a música que entoam para vender mate, sanduíche natural, biscoito Globo. Entrar no mar, sorrir para o sol, caminhar sem rumo, sem porquê, feliz.

Com o Caio foram dias que alguns posts anteriores sintetizam melhor do que poderia fazer neste texto. Foram lindos. Foram tantas regatas e caipirinhas na praia, lanches no quarto do hotel. Shopping, claro, porque somos paulistas. As caminhadas no calçadão, ainda que trôpegas, poderiam ser uma gravação de videoclipe para música de Avril, que perseguimos e assustamos. A graça de um macaquinho comendo bolacha no caminho para o Cristo e seus incansáveis braços erguidos. E, asseguro, as memórias todas ainda estão lá. Acabei de conferir. As melhores, as coradas, sustentadas por muita isca de peixe. As outras, nubladas, choveram, permearam a areia e refizeram-se.

Bethânia declama o lado que menos visito, mas a aura do todo. “Foi Copacabana quem me recebeu, com seu cheiro de batata-frita e gasolina, suas tardes de raios e trovões inesperados e as suas noites inesquecíveis, mágicas”. O botão "stop" apertado na década de 1970.

Toda ida para lá carrega comigo um pouco de angústia; desafiar minha inerente solidão, o nada do mundo de História Sem Fim. Passa ao desembarcar, porque sei que ali existe alegria e calor. Em vez de Fantasia se desfazendo, é Pleasantville ganhando cores. Technicolor. São todas as músicas já compostas. 



Por entre túneis escuros, ruas decadentes, casarões esfarelando, morros e artérias vermelha e amarela chega-se a visuais incríveis. São caminhos. Passagens.

O Rio e eu estamos constantemente fazendo as pazes, melancólicos como a voz de Johnny Cash. Pedindo um ao outro 'perdão pela duração dessa temporada, dizendo pros da pesada que vamos levando'.

Agora, cercado de amigos das mais diversas origens e corações, junto mais uma porção de lembranças sobre a cidade. Fe Fontes regeu esses dias com seu encanto que transborda. Lets e seu sorrisão atravessaram comigo a avenida atrás do bloco de carnaval, embaixo da chuva, depois de muito sol. É assim, mistura. Vinny e sua busca pela fuga de todo o concreto de Brasília. E gente nova. Conhecer. Rir. Mudar. Continuar.


Aprendi a fazer do Rio minha notícia boa.

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21 de jan. de 2013

Olhos de cão azul

"Agora creio que amanhã não a esquecerei. Mas sempre esqueço ao acordar quais são as palavras com que posso encontrar você"

14 de jan. de 2013

Pelas ruas

- O que está fazendo agora?
- Estou andando pelas ruas e maquinando. 
- Maquinando o que? 
- Sobre a vida. Queria saber fazê-la melhor, mais leve, num estalar de dedos. 
- Às vezes a gente sabe. 
- Como? 
- Depende. Uma mudança de atitude, de pensamento, de foco. É difícil se desprender de certos sentimentos e atitudes. E às vezes dói. Tem que descobrir...

13 de jan. de 2013

Real and honest and normal against all odds

"... I know you’re inside those blue eyes somewhere and that there are so many things that you won’t understand tonight, but this is the only important one to take in: I love you, I love you, I love you. And I hope that if I say this three times, it will magically and perfectly enter into your soul, fill you with grace and the joy of knowing that you did good in this life."




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Para minha mãe, que enfrentou suas noites mais escuras para manter meus dias ensolarados. Que segura firme minha mão, ainda que sem entender bem algumas coisas, mas sem jamais titubear no amor.

11 de jan. de 2013

Break, blow, burn, and make me new

- Como você está?
- Arrumando a casa para os trinta.
- E como se sente?
- Ainda não sei. Uma confusão. Como é?
- É igual, mas é meio chique. Trinta... Tipo café sem açúcar, sabe?
- Bittersweet?
- Não é sobre o sabor, é sobre o todo. É meio chique. E o que quer na casa arrumada?
- Mais rumo, mais novidade, mais encanto, mais fidelidade, mais cafuné...
- Mais um monte...

6 de jan. de 2013

Ruby Sparks

"I'm sorry for every word I wrote to change you. I'm sorry for so many things. I couldn't see you when you were here and now that you're gone, I see you everywhere. You may see this and think it's magic, but falling in love is an act of magic - so is writing".



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Fomos um rito de passagem, do austríaco do porão ao Grito, de Edvard Munch, passando pelos 15' de Warhol.