23 de jul. de 2019

Há 50 anos o homem chegava à Lua

Gabriel Garcia Marques foi tema de nossa conversa esses dias. Bem como todos os temas que podem caber em 73 perguntas. E são todos. Todos do mundo que podemos desenhar com as cores que escolhamos ao olhar pela janela de uma nave espacial. E é de Garcia Marques um livro com o título “Viver para contar”. Talvez seja isso que queiramos, a longevidade para as fábulas. Ou talvez apenas queiramos contar para viver.

Contamos muito um ao outro, mas não existimos para sermos contados. Nem em texto, nem em imagem, nem em hyperlink ou hashtag. Não somos. Talvez por isso nos dissolvamos tão facilmente na líquida modernidade. E o que contamos, então, é a verdade? Ou publicamos a ficção e nos escondemos num romance biográfico? Arrependo-me por ter vivido o início e o fim, o miolo vai me perseguir para sempre. Mas eu não venho aqui para dizer um discurso (outro título dele). Talvez venha apenas para dizer que a janela é pequena demais para o tamanho do grito que gostaria de dar.