30 de set. de 2005

Fuuuuuuuuuu!!!!! Cof, cof, cof...

Soprando a poeira que cobre este blog, uma do caderno de devaneios do colegial:

Gymnos
Andemos todos nus
Assim como quando nascemos
Sem temores nem pudores
Tiremos nossas vestes

Mostremos nossas vergonhas
Vivamos o Livre Arbítrio
Ignorando qualquer Édito
Admirando nus uns aos outros

Desprendamo-nos das amarras de pano
Caminhemos todos livres
Exibindo nossas equalizadas diferenças
Andemos todos nus

Acho que estou envelhecendo e ficando mais pudico.
Fervilham vontades, apontam novidades.
Parodeando meu inconstante pai: "eu, o louco, a caminho!"
Abraço com R puxado e T ressaltado, porque o Tomate está indo para o exílio voluntário.

24 de set. de 2005

Tempo tempo tempo

Espero poder retomar maiores viagens acerca de nada logo. Os dias têm sido curtos para tanto. Quod scripsi scripsi

21 de set. de 2005

Sexo animal

Mais uma do mundo da piada pronta:

"Um homem morreu em um sítio nos Estados Unidos frequentado por zoofilos ao ser sodomizado por um cavalo, informou a polícia nesta segunda-feira.

A vítima, de 40 anos, sofreu graves lesões internas e seu corpo foi deixado por desconhecidos em um hospital de Seattle, no dia 2 de julho, pouco depois do ato.

Seu cólon rompeu, como os órgãos inferiores da mesma região, e a hemorragia o matou.

As investigações revelaram que o sítio era especializado em zoofilia e oferecia a seus clientes cavalos, pôneis, cabras, ovelhas e até cães. Tudo era anunciado pela Internet.
A polícia apreendeu fitas de vídeo com centenas de horas de atos sexuais entre homens e animais.

O código penal do Estado de Washington não proíbe a zoofilia" AFP

20 de set. de 2005

Bacon

Minha barriga tem tentado dominar toda minha existência. Começou a surgir na região umbilical, tomou toda a lateral e agora vem se alastrando e crescendo, com uma rapidez e agilidade impressionantes. Vou me juntar ao Teco (meu Beagle Bala de Canhão) em seu sofrido regime. Só ração light. E, muito raro, um ou outro abacate que caia do pé.

Pudins de cachaça

Do mundo da piada pronta:

"Os amigos Carlos Roberto Aquino, 39 anos, e Joel da Silva, 23, queriam descobrir qual dos dois bebiam mais. No sábado, sentaram-se um bar, no povoado Cobra D'Água, município de Pacatuba, a 116 quilômetros de Aracaju, e beberam até morrer.

Carlos morreu no local, enquanto Joel foi levado para um dos hospitais do interior, mas não resistiu. Ambos tiveram intoxicação por excesso de álcool.

O desafio entre os amigos era saber quem teria coragem de beber um copo cheio de cachaça pura. Nesta brincadeira, consumiram oito garrafas de cachaça. O primeiro a cair, no próprio bar, foi Calos Roberto. Joel ainda chegou a ir para casa, depois foi medicado num posto de saúde. Ao retornar para casa, dormiu e não acordou mais." US

Pelo menos o Joel ganhou a aposta.

15 de set. de 2005

Cartas a mim mesmo

Hay días en que no se lo que me pasa. Nunca li Neruda e não tenho o poder de apagar o Sol. Mas alguns escritos comovem a mais pífia das almas; que dirá daqueles que se arriscam a usar os corações?

Angústia e medo são os adjetivos de que abusa. Eu diria amor e esperança. Esperança é pouco: fé. Amor é morno: paixão. Pequeno porque assim se vê, porém de vida pulsante, pujante, ultrajante pensar o oposto. Logo, grande, enorme, imenso, desmesurado amanhecer de poeta.
Havia qualquer coisa sobre medo de se abrir; pensei em vida aberta que tenta se esconder (à toa; melhor ao léu!). Algo sobre amores intensos e seus fins; senti consumação e turbilhões. Em outro momento, havia de fugir para o local ameno e campal; pura tolice: não se foge à alma quando se leva o corpo para passear. Sua casa é, e sempre será, você.

O mesmo para o colo materno, fraternal ou da amante. São seus se você os faz. Para fazer, tem que querer. Isso está claro em seu verso, sua prosa, glosa à guisa do grude! Dic mihi: quare fugere urbem? I ad pacem tuam! (Pobre do meu latim, milionária da minha intenção. De boas delas, o mundo está cheio e nem por isso melhor. Mas, vá lá, pitaco talvez tenha seu lado positivo.) Réquiem de nós mesmos, só na paz do que fazemos com nosso redor.

Há filósofos que sempre pregaram o valor inenarrável do passado e da memória. Maldito em seu tempo, idolatrado em demasia nos atuais, contudo, há outro que costuma dizer que o passado é cinza que se faz necessária bater no cinzeiro. Virtude no meio-termo? Talvez não. Reimagine-se, recrie-se e repense-se todo novo dia. Acredite, apesar de já ter sido acusado de fazer sofrer por pensar assim, que mudar é aprender a fazer com que os outros esperem menos de nós e aprender a esperar menos dos outros.

E de Nietzsche a Calvin e Besouros, Verdes dessa vez: Porque tirar sempre uma nota A? Se assim fizermos, um B será derrota. Um dia desses, pule nesse espaço, agarre o céu e não volte mais, nunca mais. Seja seu. Você será de todos mais do que imagina. Viva eu, viva o mundo, viva o Chico barrigudo! Vivamos, nessa feita, nós!

Madeira

Pau-brasil um dia existiu
Na piscina bóia flor de Flamboyant
Casca de Casco-de-vaca
Cetro de Cedro
Tapume de Eucalipto
Viaduto de Sequóia
Chiclete gruda no pneu de Seringueira
Olha os ramos da Figueira
Móvel de Cerejeira
Peroba Branca o caminho atravanca
Serra derruba a Imbuia que vira cuia
Mogno, madeira dura
Pinus que risca fácil
Canela é armário que cheira bem
Ipê você pisa e não vê
Olha lá um Jequitibá
Macaco em galho de Cumbaca
Não dá uva em Cabriuva
Petia na casa da tia
Plante já um Jacarandá
Cama de madeira qualquer
Embala o homem com cara-de-pau
Impune derruba tudo
Outro Jatobá já vai tombar
Tapa o sol com a Paineira

13 de set. de 2005

Para aquele um, que tão sensivelmente devaneia

Há tempos busco inspiração. Não a espero mais, que anda tão distante de minha agitação cotidiana.

Você consegue abstrair do costumeiro, do corriqueiro, do habitual, daquilo que nem se percebe, uma excepcionalidade que torna qualquer momento em exclusivo e fundamental. Você consegue ver a poesia inerente à vida, e de tão inerente já nem percebida, ou nem percebida porque a vida moderna só pode ser feita de momentos lógicos.
É de um sabor inexplicavelmente cotidiano, com gosto de infância feliz, sentir o cheirinho de pão fresco escorregar dos seus versos. E logo adiante é a visão que se expande. A forma que você tem para expressar seus devaneios excita todos os sentidos.

Mas há devaneios interiores, que expressam sentimentos com pouco apoio do mundo sensorial. Nesses também seu lirismo é terno, mesmo quando revela angústias, distâncias, separações, solidões, perdas, dores. Nesses momentos de incerteza da alma humana as palavras normalmente se tornam rudes, amargas. Não as suas. A sensação é a de quem, mesmo sofrendo muito, não está perdido, desamparado.

Você tem lirismo, emoção, talento. Faz com que a gente não perca o sentimento, o que nos mantém humanos num mundo que nos exige cibernéticos.