13 de mar. de 2013

Para brincar na gangorra: dois

- Te odeio.
- Por que, agora?
- Não, acho que desde sempre. Desde aquele dia em que você me pegou em casa, me tirou de casa, desde o dia em que nos beijamos no balanço do parquinho.
- Grandes ódios nascem assim, de tardes lindas e incríveis.
- Nascem e permanecem, guardados na dúvida, na esperança, na espera, na incerteza, no convívio casual.
- Não, quem nasce assim somos nós. Eu só estava sendo irônico. Os sentimentos, diria o clássico, nascem da insustentável leveza do ser. Do bonito, do incerto, do querer, do tocar. Aí a gente joga farinha, medo e vaidade, amassa tudo e embatuma.
- Também.
- Sempre te quis bem, mesmo quando brincamos na gangorra do parquinho.
- Eu quero.
- Chega de farinha, podemos ser carolinas?
- Podemos ser tudo e qualquer coisa, juntos.
- Todas as duplas, todas as combinações? Gosto das suas certezas frente a todo meu forro de gesso.
- Todas as possibilidades frente ao primeiro - do não primeiro - encontro.
- Desencontro. Desencanto. E meu vazio?
- Cheio de tudo de mim.

11 de mar. de 2013

Rede de Parceiros

Nunca escrevi um e-mail de despedida ao sair das empresas em que trabalhei. Rascunhei, agendei horário de envio, inseri os endereços das pessoas, mas nunca apertei enviar. Tudo por simbolismo, talvez. Não gostaria de encerrar nada ali. Queria carregar comigo os bons momentos, as pessoas que transpassaram minha vida além do profissional, o quanto aprendi e cresci em cada um desses lugares, o quanto me diverti, o quanto não me arrependi por ter seguido meus instintos na carreira. Ou o quanto aquilo foi chato pra caramba, sejamos honestos.

E ainda que seja um adulto_profissional, com Linkedin, carteira assinada, responsabilidades e obrigações, nada disso interessa ou conta quando nos pegamos fantasiando nossas vidas, como fossem os dias um perfeito roteiro, com o melhor dos finais. Minha passagem pela área de parcerias foi um pouco assim. O convite era para assumir uma área “cansada”, a qual não sabiam muito bem para onde apontar. Vim imaginando que seria um grande pepino e que teria uma porção de problemas. Longe disso.

Tive pouco a ensinar. A maior parte de meus quase dois anos aqui foi tentar extrair de cada um de vocês um potencial esmorecido pelo histórico. Vocês sabiam muito bem o tamanho de cada um, o espaço e especialidade de cada um e como fazer com isso uma trama firme, uma equipe coesa e que sabe trabalhar e encontrar saídas para as mais diversas situações, com pouca margem de manobra. E quem foi chegando logo percebeu esse perfil e soube se posicionar, agregar e entender que é parte fundamental do trabalho dos demais. E crescemos.

Aprendi muitíssimo. A ter uma equipe, o que refletir, o que absorver, o que é lealdade, honestidade e o real sentido de um time e trabalhar junto para um objetivo comum. Pude contar com vocês em todos os momentos. Imagino serem raros os “chefes” que nunca se sentiram desamparados ou “na mão” um dia sequer durante mais de um ano de trabalho em grupo.

Que nos cruzemos outras vezes pelo mundo profissional, como chefes, chefiados ou pares, que suas carreiras sejam alegres e abençoadas.  =)

Obrigado.