31 de mar. de 2006

Lucy in the Sky with Diamonds

Subiu o nosso astrocosmonauta Marcos Pontes ao espaço (não, ele não foi para a internet. Ele foi, vivo, para o céu)! E o Brasil finalmente foi, de vez, para o espaço!

O meio de transporte é uma nave que parece um dardo, a Soyuz TMA 8, e ficava guardada em um galpão destelhado no Cazaquistão. Foi lançada dia 30 de março de 2006, da mesma plataforma de onde partiu Iuri Gagarin, em 1961.

Se um carro com 15, 20 anos de uso já está caindo aos pedaços, imagine um monte de aparatos espaciais com 40 e tantos!

Na bagagem de astronauta tem bandeira e camisa da seleção e um chapéu panamá igual ao do Santos Dumont. Esse é dos meus, adora uma quinquilharia! Vai pro espaço? Leve apenas o necessário e imprescindível: um chapéu e uma camiseta, claro.

Para provar que é brasileiro mesmo, o moço vai fazer um roçadinho de feijão lá no alto e oferecer aquela feijoada para os amigos russos.
Segundo depoimento de Mauricio Turma da Mônica Sousa, "Pontes sabe tudo, mas não deixa de ser o brasileiro ingenuamente deslumbrado e simpático".

Eles ficaram dois dias, quatro horas e treze minutos imóveis ao sair do chão. Para resistir tanto tempo na mesma posição, fizeram, antes de partir, uma lavagem no intestino e na bexiga. Duvido que tenham escovado os dentes.
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Romantismo nos meus tempos é meiar um doce na balada e brindar cruzado com Ayuasca. Sucesso!

25 de mar. de 2006

Good day, sunshine!

Sábado, seis horas da manhã. Amenos 22º C na capital paulista.

Uma redação. Dois peões. Três funcionários da faxina, um deles batendo vigorosamente, um por um, os trinta teclados na bancada laranja, para extrair de suas entranhas todos os cabelos, pêlos, restos de comida e animais silvestres.

Um pote de água sanitária, maximizando meu estado de torpor e facilitando minha conversa com o mamute azul.

Sete televisões, uma delas obviamente ligada na “segunda etapa da última prova do líder” do BBB6, onde eles reclamam de “tanto sofrimento” e passam mal com tamanha provação.

Um rádio, na CBN. Vozes amenas. Sono.

O vizinho workaholic chega de helicóptero no conglomerado ao lado.

Dois aparelhos de ar-condicionado. A civilização começa aos 19ºC. Acima é barbárie.

Uma enceradeira do tempo em que a White Westinghouse era gerida pelo severo marido da senhoura Leite Moça, irmã do palito Gina.

Na pracinha da Amauri, em frente ao prédio onde a cena se realiza, um rapaz munido de uma moto-serra , com notável vocação para Jason Vorhees, tenta arrumar (ou destruir de vez) o moderno e nada funcional portão de metal.

Ao meio-dia, uma voz me resgata, parafraseando um ministro, da quinta camada do Inferno de Dante, o Alighieri e salva o dia com um golpe de capitalismo:

- Vamos pedir Mc?

Sorrio e respondo:

- Sim, um Mc Lanche Feliz com a Dorie, do Nemo.

Super Size Me, é claro.

E um pingo de leite em minha quente água, se lhe agrada.

24 de mar. de 2006

Fim do perímetro urbano

Não é fácil abrir mão, deixar partir, terminar, não ser único, querer mais, ser/estar/ficar sozinho...
Mas devo assumir que ainda prefiro isso tudo, junto e dolorido, a quebrar a cara pela mesma coisa duas vezes.

Fica o que tem de bom, o carinho, amor (seja lá isso o que for), bons momentos.
Vão as possibilidades, algumas vontades.

Mas uma hora há que se fazer escolhas, e as minhas tendem a ser drásticas. Pudesse administrar tudo de maneira a ter sempre e só o melhor das coisas, das pessoas.

Terminar é brusco. Sufocando. Não sei (mentira) definhar relacionamentos (embora seja bom em desfibrilamentos). E esse já teve idas e vindas, altos e baixos mais do que posso agüentar sem despedaçar-me.

O ano desembestou no trabalho, nas amizades, desanuviou com o pai. É justo que algo cutuque a alma. Como adiantaram os astros!

“Mais ne prenez pas le deuil
Ça noircit le blanc de l'oeil
Et puis ça enlaidit”

Agora vai!

PS: http://eueasmulheres.blig.ig.com.br/#post_18438298

16 de mar. de 2006

“Nuestras horas son minutos...

Meu querido blog, há quanto tempo não lhe tenho tempo.

Muito trabalho, muito TCC. Há um Minhocão me possuindo entre um iG e outro.

Quando não, assisto Filhos do Carnaval, no HBO. Tudo por causa de uma das cenas finais do primeiro capítulo, que assisti por acaso, na qual três dos quatros filhos deixam clara sua origem em comum e as diferenças acentuadas entre cada um. Muito boa. E uma cuspida em Avassaladoras.

Do encarnado Sábio da Folhinha, uma dúvida plantada: como pode o inferno serem os outros (Jean Paul Sartre, Entre Quatro Paredes) se o outro não existe (Antonio Machado, abrindo O Labirinto da Solidão e Post Scriptum)?

Dã.

Galo que muito canta está dormindo quando amanhece.

...cuando esperamos saber,
y siglos cuando sabemos
lo que se puede aprender
(...)
caminante, no hay camino,
se hace camino al andar”

7 de mar. de 2006

3 de mar. de 2006

Sábio da folhinha

Por isso que chocolate é a solução para a humanidade. Principalmente porque você não precisa ficar abraçado com a embalagem.