21 de ago. de 2012

Das despedidas momentâneas

" (...) Mas porque eu passava o dia ao lado dos meus amigos. Juntos. Ou, como diria um amigo meu, em sueco: 'tillsammans'.

E isso é precioso demais.

O que me consola em grande parte nessa despedida é saber que eu não estou deixando para trás aquilo que me fez mais feliz nesse tempo todo.

Obrigado pela alegria de todos os dias, pelos ppt's de algumas madrugadas, pelos bolos repartidos e por ter a honra de poder aprender a trabalhar ao lado de vocês".

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Despedida de Kristen Wiig do SNL, com Mick Jagger

17 de ago. de 2012

Mesmo que exista outro amor que te faça feliz

Prometi que a próxima coisa que escreveria aqui seria algo feliz, como no começo do blog. Sou bom no humor (mentira, quando muito nos trocadilhos infames). Mas a pauta caiu.

Tenho vontade de, como o Super-Homem, carregar meu irmão em um braço, furar as nuvens e só descer quando tudo estiver em paz aqui no chão. Queria fazer isso para minha mãe não ser obrigada a engolir um menino tão grande para mantê-lo, novamente, seguro em sua barriga.

Com isso, fugir um pouco. Este meu confuso redor.

Frente aos 30, é tempo de não mais culpar a Providência, os reflexos, o passado. Ele, que estou aqui vasculhando para ver se entendo alguma coisa. É tempo de assumir.

Quando ainda moleque, os acordes que precediam “Games, changes and fears...”, na rouquidão suave de Macy Gray, empacotavam os ingênuos romances e seus dias nublados. Até perceber que a sequência dos versos é insolúvel: “When will they go from here, when will they stop”. Eles nunca irão, nunca cessarão. Estão em nós, a quem cabe driblar ou nutri-los.

Você foi a coisa que mais amei na vida – na vida que há –, e com quem, em igual medida, mais errei. Errei achando que tinha justificativas e que era charmoso. Errei para mascarar. Errei porque erraram, por um passado torto. Errei por não saber. Mas amar uma pessoa, depois que a paixão passa, também é entender a hora de desamarrá-la. De deixar ir, ainda que em pequenos passos, em arrepiantes fatias de desapego. E ainda não aprendi tudo. E envelheci. Você me salvou do completo amargor e de me afundar em outro rumo, por isso é e sempre será valoroso. Eu talvez deixe um legado feio, que posso melhorar um mínimo dessa forma.

Você escrevia "eu te amo" em minhas costas, com a ponta dos dedos. Jamais adivinharia se não tivesse dito. A cada toque, agora, busco uma mensagem a ser decifrada.


Amarello Amor from AMARELLO on Vimeo.