20 de mar. de 2007

Crônica de um tempo amargo

Era novo
Somavam sete
Quando ele partiu
Era carnaval
Foi em busca
Baile de silêncio
Rostos nos bolsos

Reconstruído
Ele mostrou-se
Quanto novo
Vontade nos poros
Era amor
E voou
Era Natal
Fim
No começo de um ano velho

Ela veio
Outras formas
As coisas podiam mudar
Promessas
Foram erros
Em cama de acertos
Era Páscoa
Ressurreição do amargor

Hoje é medo
Tudo é perda
Fechei
Forjei
Invento

Tudo são datas
Em lápides
De corpos quentes
Desfaço-me
Perco
Estilhaço
A alma alheia
Esfrio
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Memórias do miolo da adolescência. Algumas saudades.

13 de mar. de 2007

Dos trocadilhos reais e infames

Queria ter promovido um encontro entre Condoleezza Rice e minha amiga Bean, pra ver se rolava um baião-de-dois, mas não foi possível. Culpa da Bushada.
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Que deponha as armas o concreto armado e nunca mais apareça!
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Ok, perdão.

I try to say goodbye and I choke

O domingo foi estranho, do avesso, e a foto do ensaio dos pés volta para o messenger.

Janto com minha priminha, aflita e querendo colo em seus primeiros passos longe de casa. Tudo tão novo, tão desconfortável, tão grande, barulhento. Fascínio latente. Chorosa, não bastasse todo o resto, pelo fim de namoro, com a esperança de que ele vai mudar e tudo vai dar certo.

Ele vai mudar e tudo vai dar certo, sim. Juntos, separados, todo mundo vai mudar. O que não pode falhar é o estar preparado para ver o “teu vulto que desaparece na extrema curva do caminho extremo”. Sorrir, sabendo que dessa vez você pode estar fazendo o que eu achava certo, o que eu sempre quis. Com outro. Outro tempo, outras peles, outras vozes. E parece que não cresci...

Continuo esperando o coração palpitar e as pernas sentirem como se tivessem pedalado 42 km; tremendo e parecendo não sustentar o corpo. Só fazem isso em horas impróprias, com corpos alheios.

Enquanto isso há muitos relatos da Europa e da América, de Garcia Márquez, para ler.

8 de mar. de 2007

Via código binário

Idealismo é uma coisa que a paixão derruba.

Segundo a Bovespa, ações em franca ascensão de preços.
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Voto Bush para presidente da CET e do Metrô.

5 de mar. de 2007

I was dreaming of the past…

"Lembra quando eu era sua bebida preferida?
E quando amarga, quase doce parecia
Se engordava, então tomava com adoçante
E se enjoava era só pôr aspirina.

A minha bula avisava ter cautela,
Que o consumo tinha fins religiosos
O abuso envenenava os sentidos
E o fabricante nada tinha a ver com isso.

Lembra quando eu era sua bebida preferida?
E quando aguada, mais um litro resolvia
Se embriagava, banho, cama o dia inteiro,
Náusea vinha, diluía na Sukita.

Eu sofro agora com a sua abstinência,
Sem teu desejo sou xarope de groselha
Em outras bocas eu não sei fazer efeito,
Meu conteúdo é derramado em pias frias."

Sua.

…And my heart was beating fast.