9 de fev. de 2006

Silenzio, no hay banda...

Acabei de assistir ainda outra vez no Telecine Cult – porque todo mundo quer ser – o filme Mulholland Dr, aka Cidade dos Sonhos (não, Lucasof. Rua das Ilusões é 8 Mile. Que também não é The Green Mile) do David Lynch.

Continuo achando muito parecido comigo: um conglomerado de coisas que ignora a linearidade temporal, “polvilhada por flashbacks e flashforwards, visões, pesadelos, sonhos dentro de sonhos e abstrações sem aparente resolução” que culmina em um exibicionismo nonsense.

Tudo bem, eu exijo que um filme não gere estranheza e dúvida, mas aceito sem franzir as sobrancelhas a abstração da música.

Se eu não entendi? É provável. Assumir isso? Jamais!

“Quero que pense e pare de bancar o espertinho. Você pode fazer isso por mim?”

O que o filme tem de bom, indubitavelmente, é o Angelo Badalamenti. Além da trilha sonora, ele mostra as abençoadas orelhas afinadas e manda ver no papel de Luigi Castigliane. No curriculum carrega o som de The Beach, Twin Peaks, Blue Velvet (muuuiiitttoo bons)...e Dark Water, do Walter Salles.

E a Globo vai re-reprisar No Vale a Pena Ver de Novo de Novo a terrível novela A Viagem, com o ator chato Guilherme Fontes, do imaginário filme Chatô. Além da audiência que promete para o horário dona-de-casa-fã-do-Chico-Xavier-criança-que-não-tem-o-que-fazer-e-nem-tv-a-cabo, deve gerar alguma receita com os direitos de imagem para os membros do elenco.

Espero que isso o ajude a devolver os R$ 35 milhões que deve aos cofres da União.

…il n'ya pas d'orchestra. It's only a tape.

4 comentários:

Anônimo disse...

Oi gente, vão dar uma olhada no blogue da Dany, está chocante de bom!
Beijinho
www.amar-ela.blogspot.com

Anônimo disse...

então a gente vai ter que ver pela terceira vez pra você ver que de non-sense, o filme não tem nada. é tão óbvio que ninguém quer entender.

Anônimo disse...

eu vou ter que ir contra, pois tenho que defender um dos meus filmes favoritos! entre o sonho e a realidade os personagens revelam suas sombras, como inveja, insegurança, preconceitos, etc. não é filme pra gente racional, é necessário ir além. lynch não quer narrar nada linear, ele é surrealista. o incosciente é quem traz abstração. o nosso. o do lynch. dos personagens. mulholland drive é sublime. e tb subliminar.

manoela estellita
www.estrelademaio.blogspot.com

Unknown disse...

que a minha namorada não leia isso, mas tenho que concordar:
Lynch é um saco.
ele leu um pouquinho de Freud e resolveu fazer cinema com o que conseguiu apreender. a idéia é até boa, mas o resultado nem sempre é bacana... a não ser que vc seja um pseudão, que engole tudo que se disser underground!
No final de inland empire fica claro: ele desencanou , tá tirando o maior barato...