15 de set. de 2005

Cartas a mim mesmo

Hay días en que no se lo que me pasa. Nunca li Neruda e não tenho o poder de apagar o Sol. Mas alguns escritos comovem a mais pífia das almas; que dirá daqueles que se arriscam a usar os corações?

Angústia e medo são os adjetivos de que abusa. Eu diria amor e esperança. Esperança é pouco: fé. Amor é morno: paixão. Pequeno porque assim se vê, porém de vida pulsante, pujante, ultrajante pensar o oposto. Logo, grande, enorme, imenso, desmesurado amanhecer de poeta.
Havia qualquer coisa sobre medo de se abrir; pensei em vida aberta que tenta se esconder (à toa; melhor ao léu!). Algo sobre amores intensos e seus fins; senti consumação e turbilhões. Em outro momento, havia de fugir para o local ameno e campal; pura tolice: não se foge à alma quando se leva o corpo para passear. Sua casa é, e sempre será, você.

O mesmo para o colo materno, fraternal ou da amante. São seus se você os faz. Para fazer, tem que querer. Isso está claro em seu verso, sua prosa, glosa à guisa do grude! Dic mihi: quare fugere urbem? I ad pacem tuam! (Pobre do meu latim, milionária da minha intenção. De boas delas, o mundo está cheio e nem por isso melhor. Mas, vá lá, pitaco talvez tenha seu lado positivo.) Réquiem de nós mesmos, só na paz do que fazemos com nosso redor.

Há filósofos que sempre pregaram o valor inenarrável do passado e da memória. Maldito em seu tempo, idolatrado em demasia nos atuais, contudo, há outro que costuma dizer que o passado é cinza que se faz necessária bater no cinzeiro. Virtude no meio-termo? Talvez não. Reimagine-se, recrie-se e repense-se todo novo dia. Acredite, apesar de já ter sido acusado de fazer sofrer por pensar assim, que mudar é aprender a fazer com que os outros esperem menos de nós e aprender a esperar menos dos outros.

E de Nietzsche a Calvin e Besouros, Verdes dessa vez: Porque tirar sempre uma nota A? Se assim fizermos, um B será derrota. Um dia desses, pule nesse espaço, agarre o céu e não volte mais, nunca mais. Seja seu. Você será de todos mais do que imagina. Viva eu, viva o mundo, viva o Chico barrigudo! Vivamos, nessa feita, nós!

Um comentário:

Fe Fontes disse...

Lu!
Amo você, viu?
Valeu por postar no blog...e o que seria de mim no IG sem os lanchinhos levados por você?
Você já conquistou um lugar no quesito seletividade. E tá no coração.
Beijos
Mc Fountains