30 de mai. de 2005

Tempo rei

Não adianta ler em alguma poesia, em uma crônica, escutar meus pais, amigos ou ouvir qualquer sermão templo afora. São os fios de cabelo em incessante queda de minha cabeça que me apresentam intimamente ao caduco lugar comum: o tempo é inexorável. Quando algum cadente for então de cor branca, aí então terei me tornado irmão do bordão. Só me resta viver satisfatoriamente, ouvindo ao longe a mentirosa canção de acalento “é do careca que elas gostam mais”. Numa análise aprofundada, até pode ser. Fica para a imaginação de cada pensar nisso, pois, como diria meu hilário chefe: “Não contarei o resto da piada, por três motivos: em primeiro lugar, porque não é esse o objetivo; depois, por se tratar de piada provavelmente conhecida, o que lhe tiraria a graça; e, principalmente, por causa dos chamados “bons costumes”, os da Moral, que não recomendam o uso de palavrório chulo em portais de boa reputação”. Não tenho medo de ficar velho, mas me apavora não ter aproveitado suficientemente o ontem.

“Não temos de nos preocupar em viver longos anos, mas em vive-los satisfatoriamente; porque viver longo tempo depende do destino, viver satisfatoriamente depende da tua alma. A vida é longa quando é plena; e se faz plena quando a alma recuperou a posse de seu próprio bem e transferiu para si o domínio de si mesma.”
(Sêneca – Cartas a Lucílio)

Um comentário:

Anônimo disse...

Obrigado por intiresnuyu iformatsiyu