29 de nov. de 2015

Chef's Table - Francis Mallmann

Cozinhar, amar, viver e incendiar:

"I don’t believe in flip and flopping food."

"When you cook with fire it’s much like making love. It could be huge, strong, or it could go very slow in ashes, a little cold. And that’s the beauty of fire. It goes 0 to 10 in strength, and in between 0 and 10 you have all these little peaks and different ways of cooking with it, and its very tender and fragile."

"Love is one of the most difficult things in life, certainly one of the most beautiful ones."

"You don’t grow on a secure path, all of us should conquer in life and it needs a lot of work and it needs a lot of risk."

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30 de mar. de 2015

Easy A

"I don't know what your generation's fascination is with documenting your every thought, but I can assure you, they're not all diamonds."

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23 de mar. de 2015

Eu te amo, Kerry Washington

"We have been pitted against each other and made to feel like there are limited seats at the table for those of us who fall into the category of 'other'. As a result, we've become afraid of one another, we compete with one another, we judge one another. Sometimes, we betray one another. Sometimes even within our own communities we designate who among us is best suited to represent us and who really shouldn't even be invited to the party. As others, we are taught that to be successful, we must reject those other others, or we will never belong. (...)

To be represented is to be humanized. And as long as anyone, anywhere is being made to feel less human, our very definition of humanity is at stake and we are all vulnerable. (...)

We must see each other, all of us; and we must see ourselves, all of us. We have to continue to be bold and break new ground until that is just how it is. Until we are no longer firsts and exceptions and rare and unique. In the real world, being an 'other' is the norm. In the real world, the only norm is uniqueness, and our media must reflect that."

 

20 de mar. de 2015

Sem miolo

Eu quero te encaixotar e esquecer tudo que tivemos, mas a memória nem sempre é obediente e simples como as líquidas conexões digitais. Não temos como nos esquivar de pequenos lembretes espalhados pela vida, como nos desconectar de estopins que nos remetem a momentos e pessoas, momentos com pessoas, pessoas em nossos momentos.

Lavo o rosto com água gelada para esfriar a cabeça e sua escova está ali, na caneca, ao lado da minha. Vou me trocar e a pequeníssima peça de roupa misturada entre as minhas ainda me faz rir. A camiseta de pinheirinhos junta-se aos escritos na janela pelo meu caminho. O prato de formigas não combina mais com meu brigadeiro de capim-limão.

Lembro quando você entrou em minha casa pela primeira vez, analisou tudo com as mãos para trás, como quem desbrava algo novo. Para mim, você parecia pertencer àquele lugar desde sempre. O seu sofá - e a brisa que nos acompanha - me desmanchou em poucos minutos.

Lembro quando vejo as flores de canudo, a cadeira branca de almofada florida ocupada por quem quer que seja, já sem graça alguma. Com os Aperof Spritzers e com tudo mais que fizemos nosso e trouxemos para o nosso mundo.

Para pegar a estrada, onde sempre consigo deixar tudo para trás, desenterro um CD e, surpresa, impossível brincar de "Brilho eterno de uma mente sem lembranças". A segunda música é Sugar Pie Honey Bunch, a terceira diz: "Se me acaba el argumento y la metodología cada vez que se aparece frente a mí tu anatomia".

O amor é realmente uma coisa brega. Mais que meu cabelo outrora vermelho ou minhas roupas mais coloridas e estampadas. Mas é tão mais fácil abrir mão dessas outras coisas todas! Você puxou pra preto e suas poucas variações o tom das minhas roupas e coloriu minha vida.

Por mais que tenhamos voado milhares de quilômetros, caminhado por terras ultramarinas, usado o banheiro para os fins tradicionais nos lugares mais inusitados, trocado presentes, forjado um vocabulário próprio, nos beijado à meia-noite de 31 de dezembro sob pontualidade britânica e um sem fim de coisas nesses poucos meses, depois que eu soube seu verdadeiro estado e ele prevaleceu, você será para sempre um amor que não aconteceu, como o anexo desta mensagem.

Ontem passei mal. Saí do trabalho cambaleando e fui para casa no começo da tarde. Minha vontade era usar isso como desculpa, já que agora você trabalha perto de casa, e pedir socorro. Não por estar mal, mas para te ver. Adormeci, acordei no meio da madrugada um pouco feliz, ainda que zonzo e dolorido. Estava melhor e havia conseguido me segurar. Não te ver e manter meu argumento. Amar também é entender momentos e saber a hora de afastar. De perder. De reescrever todas essas palavras e imaginar quanto tempo o ritual vai levar desta vez.

"A arte de perder não é nenhum mistério; (...)
Mesmo perder você (a voz, o riso etéreo que eu amo) não muda nada.
Pois é evidente que a arte de perder não chega a ser mistério por muito que pareça (Escreve!) muito sério
"

Forget about Montauk. Meet me in Berries.

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19 de mar. de 2015

Late Night Thoughts‬



























I think about dying but I don't want to die. Not even close. In fact my problem is the complete opposite. I want to live, I want to escape. I feel trapped and bored and claustrophobic. There’s so much to see and so much to do but I somehow still find myself doing nothing at all. I’m still here in this metaphorical bubble of existence and I can’t quite figure out what the hell I’m doing or how to get out of it.

Matty Healy | Foto Brooke DiDonato

3 de fev. de 2015

#137

A leitura dos clássicos da infância nunca me havia feito acreditar que um dia eu viveria uma história de amor envolvendo uma festa e sapatos deixados para trás.

Minha nuca encantou-se com você antes mesmo que pudesse vê-lo por inteiro, a não ser quando roubava pelos reflexos da tela do computador ou pelos cantos dos olhos. Depois meus ouvidos, certamente suscetíveis ao enredo contado pela nuca, renderam-se à sua voz rouca, modulada conforme seu interesse.

Um dia eu olhei. No outro, você levou a misturinha do café da manhã. As rodinhas de minha cadeira passaram a querer percorrer o chão branco o tempo todo para ficar mais perto, sentir seu cheiro. Encostei em você. E de novo. E você já era parte. Juntos. Dois.

De um sofá sob a brisa de uma janela em Moema até repetidas vezes no cartório. Do meu Memory Motel no Largo da Batata, onde provei que existe uma receita científica para se gostar de alguém (embora apaixonado desde a primeira linha da experiência), até as caminhadas nos dias frios 9.497 quilômetros distantes de onde estamos hoje.

Seguindo nas tags e métricas, cozinhamos risoto no Natal, com 100 quilômetros nos separando. Jantamos os fogos de 31 de dezembro dividindo os mesmos centímetros, SPHB. Não precisamos de monumentos ou grandes obras, éramos nós a principal referência em todos os guias e mapas. Ignoramos algumas das pinturas mais icônicas da humanidade porque tudo que importava era seu nome entalhado na parede. Você era tudo que me importava. Usei seus sapatos e seus casacos, usamos Estomazil, dividimos a cama, a banheira, os rodopios no parque e dias inenarráveis.

Cantei para você. Ouvi você cantando repetidas vezes. Minha vontade, ou a de meu coração, ainda com as marcas de dobra, é ouvir muitas mais.

Desisti de procurar explicações para algumas coisas. “People fall in love in mysterious ways. Maybe just the touch of a hand”. Você apareceu para, como um plano de metas de JK, me fazer viver cinco anos em cinco meses. Para me mostrar, como numa minissérie, que ainda é possível viver romances como os dos longa-metragens dos cinemas. Com tramas, mentiras, sentimentos intensos. Loucura. Escolhas. Com amor.

Mas agora é tarde em meu coração. Vou dobrá-lo para caber no bolso, sempre ao alcance da mão, mudar o canal e acordar para um novo momento. Ao lado da televisão, você será um dos pôsteres emoldurados e pendurados na parede:

- But what about us?
- We’ll always have berries.

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28 de jan. de 2015