Pedir as dicas de vinho ao Luiz acabou transformando um encontro de amigos que harmonizam tudo muito bem com refrigerantes em um jantar com algumas responsabilidades. Trocamos os copos pelas taças e aguçamos nossas curiosidades e paladares pensando no que teríamos pela frente.
A boa pedida da noite era um fondue com base de queijo gruyère e um de chocolate, para a sobremesa. As indicações foram um branco – não devemos temer nem menosprezá-los – e um Porto. Quebramos um pouco o protocolo e compramos também um tinto para bater com o queijo.
E assim desenrolou-se a noite, entre suspiros de agrado e caretas de reprovação:
Usei uma receita básica para o fondue, que não é uma coisa que exija muitos segredos, com pão italiano, filão e ciabatta. O primeiro a ser desarrolhado foi o branco, Alamos Chardonnay, safra 2006 (Mistral). Para quem pensa que os brancos são levinhos, bem a cara de “lançamentos em livrarias chiques”, esse é uma surpresa. É bem intenso, casou perfeitamente com o gruyère. Aplaudido!
Terminada essa rodada, fomos para o tinto (sugestão minha, não culpem o Horta!), um Isla Negra, safra 2006, com 85% de Syrah e 15% de Cabernet Sauvignon (Enoteca Fasano). Com a boca e papilas limpas, ele é suave, bastante frutado, puxando para o cassis e com linda cor vermelho rubi, aveludada. Depois do queijo, ficou bastante adstringente, merecendo uma discreta careta.
Quando os pães acabaram e enxergamos o fundo da panela, partimos para o de chocolate, feito com barras de 70% de cacau e uma pitada de “ao leite”. Hora do convidado mais ousado e difícil de encontrar, um Porto Niepoort. Mais adocicado, com notas (finos que somos!) de frutas secas e especiarias. Ficou saboroso com nossa sobremesa, cada um com seu espaço merecido, sem concorrência. Mas tomamos pouco, porque gente leiga acha que Porto é pra ser apreciado em pequenos goles sorvidos de tacinhas miúdas.
Um sucesso! Será a rendição de jovens da geração “de cola não alcoólica” ao mundo do “mosto de uvas viníferas fermentado, com duração indefinida"?
*Publicado originalmente no Glupt!, de Luiz Horta.
2 comentários:
uhu! é nóis, mano!
quem diria que eu ia "frequentar" a emoteca fasano, ein?
opa! quem diria que eu ia aparecer no blog do lucasof! thanks, zygmunt!
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