Vem falar de tempo, de diferenças, desafios. Da velocidade terrível da queda. De citações, imagens, coisas assimiladas que nos fazem e desconstroem. Do abismo de outra época, que ecoa hoje e amanhã para ser nomeado clássico.
Quer que todos os caminhos permeiem sua alma e extraiam as respostas exatas para charadas insolúveis. É vontade de plantar-se no mundo, de grudar em entranhas, de brotar dos céus para dominar do alto. Louros.
“Entra-se por mim na cidade da tristeza; entra-se por mim no abismo da eterna dor; entra-se por mim na mansão dos condenados. A eterna Justiça moveu Deus criar-me; obra sou da Divina Potestade, da suma sapiência, e do primeiro amor. Antes de mim não foram criadas, senão substâncias eternas, e eu eternamente duro. Vós, que em mim entrais, perdei toda a esperança de sair!”
Tempo.
Enquanto isso eu penso Web 2.0, ponderando se a escolha, mais uma escolha, a última, foi certa, mentindo que o solado será suficiente para que encontre um caminho, seguro que a vida é acima do skyline de um monitor. Mas sem saber para onde olhar. E a areia é fina, fina.
“Havia uma dessas ampulhetas na casa de meu pai. O orifício por onde a areia sai é tão fino que parece que a parte de cima nunca muda. Aos nossos olhos parece que a areia só acaba quando está no final. E até que aconteça, não vale a pena pensar até seu último momento. Quando já não há mais tempo. Quando não há mais tempo de se pensar.”
A ironia toda é que, ao acaso, Mahler me acolhe. Mas não elucida.
3 comentários:
Lindo texto veneziano.
Não vale a pena pensar se as escolhas foram certas ou não depois de escolhidas. Não se volta, baby. Não se volta. O lance é olhar pra frente. :*
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