1 de out. de 2012

Supernova, sem champagne e com macarons murchos

O silêncio é sempre sintomático. Pode ser de constrangimento, alegria não compartilhada, reflexão, luto, repouso, apatia, um infinito de sensações e qualidades. Em mim, agora, é uma mistura de tudo. Gasto grande parte do meu tempo e queimo sinapses vasculhando um universo impalpável e ponderando o que seria mentira, o que seria verdade, o que seria insegurança, em minha vida e na de terceiros. O quanto já não foi tramado esses dias. Aguar na bateia o que é amor, deslumbre, novidade, medo, família, fome, cansaço, memórias, lembranças, saudade... Um acúmulo de pedras brutas.

Impossível conter a explosão. O pavio ardeu durante meses, correndo a terra, desbravando novos espaços, iluminando o redor, correndo, correndo. Chegou até a enorme carga, diminuiu a velocidade, entrou, incendiou, liberou energia sob diversas formas. Impossível conter os estilhaços.

Efervescência nervosa, riso adstringente.

O que tenho a perder, agora, é de vista.

Quebra-cabeça. Somos um mar de pedrinhas emboladas, com potencial para virar uma grande, única e coesa imagem de algo bonito. Mas isso requer trabalho, empenho e dedicação.

Quero uma boa temporada, novas bases comparativas.

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... Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.


É necessário agora que eu diga que espécie de homem sou. Meu nome, não importa, nem qualquer outro pormenor exterior meu próprio. Devo falar de meu caráter. A constituição inteira de meu espírito é de hesitação e de dúvida. Nada é ou pode ser positivo para mim; todas as coisas oscilam em torno de mim, e, com elas, uma incerteza para comigo mesmo. Tudo para mim é incoerência e mudança. Tudo é mistério e tudo está cheio de significado. Todas as coisas são ‘desconhecidas’, simbólicas do desconhecido. Em conseqüência, o horror, o mistério, o medo por demais inteligente.

FP

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