1 de abr. de 2011
Era
Ela acordou destroçada. A palma, os dedos, as unhas. O que o cérebro monta ela não pode, hoje, ajudar a colocar em outras formas, a emitir. Nem a caneta, nem o teclado, nem o toque. Encontrada em seu óbvio esconderijo, infantil, tentando fugir do enorme novelo de desgaste, dor, rusgas, brigas, angústias e outros sufocos, tentou dar vazão a tudo isso que, fazendo jus, manipulou durante longo tempo. Esmurrou um degrau, o mesmo, com toda a força possível. Não conseguiu. Explodiu a madrugada, explodiu o elo, a vida. Tombada, contraída, repousa em costas num longo abraço.
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