Eu penso quase em tempo integral sobre qual teria sido o momento em que toda a beleza da ingenuidade, o impulso do mundo a descobrir e a complementaridade de duas vidas tão opostas, que compunham uma paixão, acabaram tornando-se uma concorrência, uma busca por um Santo Graal que, sabemos, jamais será encontrado e não coroará nenhum de nós.
Qual foi o momento em que a explosão alegre de uma carolina descongelada indo ao chão virou uma briga pela sujeira e desperdício. Em que a dança, ainda que etílica e buscando extravasar outras coisas, passou de lazer a motivo para briga. A hora em que olhares se descruzaram, perderam a cumplicidade e passaram a procurar pela pista, tão à meia-luz e pulsante como nosso confuso relacionamento. Ali também não encontraríamos respostas, só mais distância.
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