25 de jul. de 2024

Terra Altar

Entre o céu e a terra, um inesperado caminho de rios pelo qual navega um povo que tem a força de quem vive do que planta, do que pesca, do que cria, e que carrega a esperança de dias melhores nas palmas das mãos e no cortado de palma. E num sorriso que nenhuma intempérie aplaca.

Pedimos licença. Para entrar em um lugar sagrado é preciso despir-se. Pés descalços para dançar de acordo com o vento que sacode as bandeiras de São João e esculpe rocha que um dia foi mar. Mares, montes, desertos. A vida acontece no movimento, no encontro com o desconhecido. Caminhar por um santuário chamado Chapada Diamantina, uma Bahia suspensa. 

O sagrado está dentro da gente. Gente que carrega a fé na jornada de um dia. Gente que carrega fé na terra arada que tudo dá. Mãe d’água que protege o pantanal, que alimenta o Quilombo. Que traz na rede do pescador a comida que nutre a aldeia. As mãos da cozinheira que preparam a fruta verde como prato principal quando a fome chega fora de hora. Aqui os amanheceres não esperam o tempo de amadurecer. Godó de banana. Palma cortada que enche a cumbuca. Vatapá pra São Cosme & Damião. Ritual embalado em renda que se transforma em oração. 

Da arte rupestre que narra a vida que já estava ali milhares de anos antes dos nossos passos, até os passos de dança dos rituais e do caminhar para semear e colher. Venha com a gente viver a expedição Chapada Diamantina, uma Terra Altar cravada no Nordeste de um Brasil que resiste. Que existe. 

*Uma viagem com Carol Daher, coisa mais linda do mundo!®